quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Diário de uma república - Cap 2 Paixão Amiga - part 6


O banheiro feminino é bem espaçoso e tem um banquinho nos fundos onde eu gosto de ficar quando estou triste. Eu não estava triste, mas fui pra lá para pensar. Pensar no meu amigo.
“Como será que ele entendeu aquele “eu te amo Douglas”? Será que ele pensa que estou apaixonada por ele? O que será que significa aquele “eu te amo também” dele? Será que ele me ama como namorada?”
Eu estava confusa. Nem lanchei. Precisava falar com o Douglas e seria já!
Isso se o sinal não tivesse entrado na história, “Porque sempre na hora que eu mais preciso de tempo o tempo acaba?” e se a próxima aula não fosse de matemática. Tive de subir. O Douglas não estava na sala quando entrei. Resolvi escrever um bilhete e deixar na mesa dele, que por coincidência ou não, é atrás da minha pelo mapa de sala.
Ei!
Preciso Falar com você! Me espere na hora da saída.
Beijos,
Marina
Percebi que estava muito misterioso e que isso poderia deixá-lo inquieto. Resolvi amassar o bilhete. Tinha pouca gente na sala, resolvi então, fazer outro.

Douglas,
Precisamos ver os detalhes do trabalho. Me espere na saída.
Beijo,
Marina

Sorri ao ler o que eu mesma escrevi. Mas esse não era o verdadeiro motivo. Resolvi Amassar de novo.
Ele entrou na sala, sorriu pra mim e deu a sua comum piscadinha. Sorri pra mim mesma. Nessa hora, o Oswaldo entrou na sala e esperou o silêncio da turma. Ele estava trajando uma camisa xadrez, vermelha e amarela, com uma calça social verde e os sapatos eram marrons. Enfim, super cafona. Sinceramente, acho que ele fechou os olhos pra escolher a roupa, ou, é daltônico.
Depois que conseguiu o que queria, virou-se para a lousa e começou a passar uma monstruosa equação. E era minha. Eu a resolveria. Só que agora, diferente de ontem, eu já estava segura de mim, já estava tudo fácil. E não foi surpresa pra ninguém, eu acertar a equação. Ganhei um parabéns do Oswaldo e voltei pra minha carteira.
Quando sentei, percebi um bilhete em cima da minha mesa.

Eu sabia que ia conseguir. Parabéns!
Você sabia que tem olhos lindos? Olhos de matar.
Preciso falar com você.
Beijo,
Douglas.

Eu li e reli umas dez vezes aquele bilhete. Será que eu tinha mesmo olhos de matar? Me senti o máximo! Estava super convencida. Dei uma olhadinha pra trás e me surpreendi: Não ganhei uma piscadinha. Apenas um sorriso. E que sorriso! Aqueles dentes brancos lindos e alinhadinhos. E o melhor de tudo é que ele também queria falar comigo. Eu aproveitaria e ira dizer o que eu queria. Mas o que seria que ele queria falar comigo?
Quem ficou inquieta fui eu.

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